Aparelho que Induz Humor: Ficção ou Plausível?

09/06/2010

Por: Larissa Caruso

Sábado, a Folha Online publicou um artigo chamado “Prazeres de fumar e beber estão ligados no cérebro”. Ele explica como um estudo na Universidade de Queensland na Austrália determinou que as sensações de prazer criadas pela bebida e tabagismo estão diretamente relacionadas ao centro cerebral do prazer (núcleo accumbens). Também determinaram que alcoólatras e fumantes recebem uma maior resposta prazerosa, o que torna difícil o abandono do vício.

Ponderando esta matéria, lembrei-me da tecnologia em Do Androids Dream of Electric Sheep? de Philip K. Dick, onde os personagens eram capazes de escolher os humores que gostariam de sentir a qualquer momento.

Os cientistas já são capazes de determinar a região do cérebro que influencia nossos humores (nesse caso, relacionados ao prazer), e diariamente, vemos matérias referentes aos avanços tecnológicos que poderão nos guiar a um futuro onde nanotecnologia e implantes cibernéticos farão parte de nosso cotidiano. Sendo assim, por que seria um aparelho para induzir seu humor tão impossível? Não seria plausível a criação de diversas substâncias sintéticas que, quando aplicadas em determinadas regiões de nosso cérebro, nos levariam a experimentar um determinado tipo de sensação como alegria, tristeza, etc. independente dos fatores externos?

É claro que, ao mesmo tempo em que imaginei um mundo harmonioso, onde as pessoas eram capazes de determinar como se sentiriam durante o dia, pensei também em casos extremos. O que poderíamos esperar de indivíduos com uma resposta mais forte no núcleo accumbens, por exemplo? Tornar-se-iam eles viciados em emoções ao invés de bebida?

Talvez saberemos em alguns anos.